Estátua, me sinto apenas isso, uma estátua oca, sem nada por dentro, com uma superfície normal, e até parecendo perfeita aos olhos de alguns, mas nada além disso. Aos poucos fui perdendo quem era pra me tornar o que sou hoje, mas se me perguntam quem verdadeiramente sou, sinceramente, não sei a resposta. A vida é formada de mudanças, mas preferia tê-la do jeito que sempre foi, sem riscos e principalmente sem erros. Ideais se multiplicam em minha cabeça, mas não sei por qual deles devo lutar. Estou confusa, cansada, abatida, em poucos segundos meu mundo desmoronou e estou tentando conviver com as ruínas, mas é difícil. Ainda acho minha reação totalmente inesperada, não pensei que uma brincadeira poderia se tornar algo tão sério e significativo pra mim, mas se tornou. Se pudesse voltar no tempo, fazer escolhas que antes não quis, desfazer algumas e tomar caminhos totalmente opostos dos que resolvi tomar. Agora não tenho porque controlar minhas palavras, não tenho razão pra me preocupar em magoar ninguém, as palavras podem sair sem controle, sendo apenas elas, eu e a tristeza. Ontem escutei alguém que me mandava transformar essas palavras em frases alegres, mas como posso passar alegria quando não consigo tê-la? Não posso dizer que vivi apenas momentos tristes, isso não é verdade, muitos dos dias da minha vida foram alegres, e eu não tinha me dado conta do quanto eles me faziam bem, até perdê-los. Não consigo mais chorar, provavelmente as lágrimas secaram, o que é horrível pra mim no momento, pois ainda tenho muito pra colocar para fora, mas como posso arrancar o que está me matando se não por meio de lágrimas. Ainda sinto queimar as marcas feitas por mim em meus pulsos, marcas que não são profundas, já que a covardia não me deixou terminar com o que comecei. Não creio que ficarão cicatrizes em minha pele, a dor será momentânea, logo a ferida provocada por aquela faca sarará, mas as feridas provocadas por palavras e ações, essas nunca sumirão e doerão para sempre a cada sussurrar do vento, me lembrando que a chuva passou, destruiu tudo pelo caminho e agora assisti de fora os estragos que fez e a minha luta por reconstruir o que ainda serve para alguma coisa.
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