quinta-feira, 30 de junho de 2011

Julgamento


Pra que fazer julgamentos errados?  Não nos permitimos conhecer verdadeiramente alguém e, antes mesmo de tentar, já estamos a nos permitir traçar um perfil para tal pessoa. Ninguém pode afirmar que conhece verdadeiramente alguém, ninguém pode conhecer, nenhum ser humano transparece por completo o que é, sempre temos algo guardado que nunca foi conveniente ser mostrado. Muitos nos julgam, todos nós julgamos, e nesse julgamento acabamos afastando pessoas que poderiam nos ser imprescindíveis, mas apenas se não os tivéssemos julgado, dando-lhes a chance de mostrar, ao menos uma parcela, do que são e do que poderiam ser para nós.

domingo, 19 de junho de 2011

Só mais uma tristeza qualquer

Existem momentos em que as lágrimas insistem em rolar, parece involuntário, é algo que não responde a seus comandos, quanto mais você as ordena parar, mais elas rolam e correm para onde ninguém mais possa ver.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Substituir o insubstituível

Ninguém é substituível, mas temos que deixa-los ir quando necessário. Não é preciso chorar, nem mesmo sentir tristeza, não é preciso, mas quem disse que o coração sabe o que é preciso na vida? Durante tempos podemos prosseguir sem alguém, por que agora não conseguimos fazê-lo? Ninguém é substituível, mas podemos preencher o espaço de quem não está mais aqui com algo, mesmo que este algo não nos interesse tanto quanto o alguém que agora nos falta.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O despertar


Existem momentos na vida em que quando pensamos possuir cem por cento de certeza que já se superou algo, voltamos a sentir a mesma sensação de tempos atrás. Não sei ao certo se o sentimento voltou ou se nunca deixou de existir. Não é possível que um simples gesto, olhar ou foto possam ressuscitar algo com tanta facilidade, sinto que nunca me permiti enterrar o que sentia e agora isto apenas despertou, fazendo com que tudo que um dia pensei esquecer viesse à tona me sufocando, mais uma vez, sem me permitir ter de volta a paz que sempre almejei durante o decorrer de todo esse um ano.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Felicidade conformista


Fizeram-me um pedido, que eu continuasse a escrever.  Há tempos não escrevo, não consigo. Talvez o motivo de tal interrupção da escrita seja devido ao bom e monótono estado em que se encontra minha vida, ou simplesmente aconteceu graças ao contínuo uso de medicamentos no decorrer da semana passada, que me deixaram pouco mais lenta do que o normal. Passei a manhã pensando se foi uma boa escolha me contentar com uma felicidade conformista, onde agradeço pelo que tenho, mesmo que o vazio ainda insista em permanecer em meu peito. Escrevia como pratico a respiração, com tamanha suavidade e familiaridade que em vários momentos a mão traçava, sozinha, cada letra que rabiscava no papel. Hoje as palavras já me fogem ao pensamento, sinto um peso enorme ao tentar retratar cada sentimento que me compõe, e mesmo assim, com tamanha dificuldade, uma falsa paz de espírito me cerca quase que 24 horas por dia. Não posso fingir que me sinto mal, não estou triste, mas também não posso me considerar alegre, sinto falta de algo, algo que possa preencher o vazio que me sufoca durante as 24 horas de paz. Pensei, pensei e simplesmente, durante tantas horas dessa manhã de pensamentos, a cada segundo, chegava apenas a uma única conclusão, tal pedaço faltante nunca chegará a ser completamente preenchido, nunca estarei satisfeita com nada, mas se para alcançar ao menos uma boa parcela do que me falta o preço seja a paz que agora sinto, não hesitarei em pagar, pois a paz que estou a sentir não é suficientemente forte para realizar-me, não tão forte quanto o complemento que me arrancaram para substituir por ela.