sábado, 25 de setembro de 2010

Confissões


Nada no mundo consegue absorver minha dor, coisa alguma consegue retirá-la de mim, nem as lágrimas conseguem amenizar o que sinto e começo a me perguntar se a morte não é a melhor alternativa. Traí a mim mesma por um ideal que não era meu e agora me afogo numa sepultura que eu mesma cavei para mim, que eu mesma cavei com a intenção de sepultar meu passado, mas acabei por enterrar todos os tempos de minha vida, incluindo o futuro. A dor no peito umedeci meus olhos, meu rosto, minha vida. Tudo que há em mim fica imerso em lágrimas que não mereciam ser derramadas, que são tão puras quanto o olhar de uma criança, mas que o motivo de seu derramamento é tão podre como uma carne em putrefação. Choro por algo que não devia chorar, choro por algo que lágrima alguma resolverá, que nada fará voltar, que de mim, a vida, fez questão de arrancar e mesmo assim não me controlo e um grito arranha minha garganta como um cristal cortando o vidro. Escuto o canto suave dos pássaros, como queria ser como eles, viver livre, cantando, voando, vivendo. Olho ao redor e procuro desesperadamente por algo que perdi, mas não me recordo o que foi perdido. E num momento de razão percebo que nada perdi, apenas deixei de ganhar algo que sempre pensei pertencer a mim.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Vivendo na morte


Passos descoordenados num caminho obscuro, olhos focados num ponto se luz e a falta de esperança preenchendo um dos muitos espaços vazios que existem dentro de mim. O tempo agiu como anestésico e diante de situações que antes me causavam dor intença nada mais sinto, nada mais enxergo, nehuma reação é expressa em momentos que deveriam ser tão angustiante. Talvez, sem perceber, tenha fechado meus olhos e como cosequência meu cérebro também se desligara de um órgão que agora parou de bater. O sangue gélido que agora corre em minhas veias se move sozinho, sem um impulsor, e mesmo indo contra todas as leis da medicina a vida e a morte agora cainha juntas a mim.

sábado, 11 de setembro de 2010

Tentado ressuscitar


Meus pensamentos não me pertencem mais, tudo que penso ou que faço não sou eu quem está fazendo, é um ser estranho e nunca antes visto, um ser que me assusta e que ao mesmo tempo me causa fascinação. Pessoas acham que estou melhor, mas esse deve ser apenas mais um sintoma da doença que me mata dia após dia. Um sorriso estampa meu rosto a cada segundo que passa, mas uma enorme ferida me causa dores insuportáveis e me tira o ar dos pulmões. Não me considero uma pessoa de fases, me considero um ser morto, que tenta reviver,mas que a cada tentativa falha e traz novamente à tona o ser assustador e despresível que me domina a cada passo.