sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A venda


Hoje vivo com os olhos vivos, passos cautelosos, gestos calculados. Hoje vivo com os olhos abertos, me tiraram a venda que os cobria. Hoje vejo tudo, a vista está limpa, o ar está mais fresco, consigo distinguir as cores, o obscuro do colorido. Imagine você, cego de nascença conseguindo ver, pela primeira vez, a luz que nos traz uma sabedoria que não podemos explicar. Imagine você, ignorante se tornando sábio, analisando detalhes e calculando resultados. Estou vendo o mundo, suas qualidades, sentindo seus aromas e vendo sua perversidade, e só assim percebo que a venda me reservava do mundo porque era ele o fundador da minha infelicidade.

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