quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Inter-rogo-te

Balas cortantes atravessam
seu cérebro.
Correr? Fugir?
Mas fugir de que, se o mau
se resume a mim?
Espadas brilhantes dilaceram
seu coração.
Sentar? Pensar?
Mas pensar pra que, se aqui
jás a razão?
Vozes te atormentam
mandam-te fazer
o que não deves.
Me acalmo? Espero?
Esperar o que,
se a vida que levo
é tudo que quero?
E caio, como fruto podre,
de face no chão, prostrada,
chorando.
Te rogo, oh razão!
Devolva o que o tempo levou-me,
mas em vão.

Por: Bell's Lima

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Pensando ao lado de Manuel

"Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!"


Manuel Antônio Álvares de Azevedo



E se eu morresse amanhã?
Me dirias tudo que anseias
Mas que por covardia escondes?
E se eu morresse amanhã?
Correrias ao meu encontro ou fugirias?
E pra onde?
E se eu morresse amanhã?
De que valeria toda glória
terrena?
E se eu morresse amanhã?
A paz da partida traria-me feição
mais amena?
E se eu morresse amanhã?
Estaria correto meu caro
Manuel?
E se eu morresse amanhã?
Viria à tona a verdade sobre
terra e céu?
E se eu morresse amanhã?
Não me importaria o que seria do futuro.
Olharia nos teus olhos e diria, que no fundo,
O medo de perder tua vida fez com perdestes tudo.



segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Rastros do tempo

Deixe o que ficou pra trás
O vento levou o que já foi feito
Esquecer o que ficou? Jamais
Só não deixe os rastros fazerem efeito
Não vou mentir dizendo que não sinto
Mentiras não me farão forte outra vez
Digo que te odeio, mas apenas minto
Odeio o tempo por me fazer te perder de vez.