Socratiando

Agradeço a meu querido amigo Velton Clarindo por ter citado o nome de tão famoso pensador e ter me incitado a pensar sobre as filosofias do mesmo.

Nosce te ipsum, milhares de vezes escuto esta frase rondando minha cabeça, meus impulsos nervosos não me parecem mais mudos, eles possuem som próprio e chegam a meu cérebro repetindo sempre a mesma frase: Nosce te ipsum. Utilizei-me da Maiêutica sem ao menos perceber que a utilizava, pensei sobre o que já pensava, reanalizei minhas teorias e concluí que nada pode ser pré-estabelecido pois tudo é mutável, inclusive eu. Me condenei, aos olhos de alguns, por utilizar-me de meu próprio pensamento, mas assim como Sócrates não pretendo me livrar da condenação desistindo de meus ideais, prefiro ingerir a cicuta a me perder sem conhecimento próprio.

Pedido desesperado

Não me deixem emudecer, estaria entregue à morte se assim o fosse. Não me deixem ceder aos caprichos dessa fétida sociedade que escarnece dos sábios por saberem pensar e exalta os inglórios por serem fruto da mais podre de suas atitudes.

Combustível impulsor

Às vezes me pergunto se a música é o verdadeiro combustível da vida. Sinto-me incompleta quando passo tempos sem escrever, é como se meus dias fossem vazios, mesmo com toda sua agitação, e cada letra que vejo ser desenhada suavemente num papel fosse preenchendo cada dia que antes me parecia um nada. Mas é nesses dias, quando meu cérebro parece estacionar, que me pego em desespero, e é quando me pego em desespero que apelo para o combustível impulsor de cada verso sem nexo que deixo transparecer nessa página, a música. É este maravilhoso passaporte que se encarrega de me transportar para outro mundo, um mundo onde todos realmente possam me conhecer verdadeiramente e nada possa me impedir de ser quem sou, um mundo que existe apenas em meus pensamentos, sendo resumido apenas no curto espaço de tempo compreendido entre três dos mais importantes sentidos humanos, a visão, audição e o sentimento que vem direto da alma.