quarta-feira, 30 de março de 2011

Borrões do tempo


O tempo está me ajudando, com o passar dos dias percebo que minha memória está falha. Durante o percurso de uma curta viagem me veio à cabeça um nome que antes lembrava com maior freqüência e percebi que seus traços já não me são familiares, tentei recordar-me com maior exatidão seu rosto, mas, para minha surpresa, apenas de um sorriso borrado lembrei-me. Com total nitidez me veio à cabeça apenas uma foto, talvez seja ela o motivo de todos esses meses de delírios, onde escutava sua voz a cada novo caminho trilhado na vida. Não possuo a mesma sensação de antes, quando até a lembrança de um olhar, que na época me era nítido, deixava-me eufórica, felizmente criei uma casca que a cada dia torna-se mais espessa e, futuramente, fará com que os borrões de sua imagem venham acompanhados pelo esquecimento das sensações que possuía ao lembrar de você. Talvez caia novamente em tentação se teus olhos novamente cruzarem os meus, mas pelo andar dos acontecimentos estarei bem mais forte quando isso vier a acontecer, e não exprimirei reação alguma, pois teu falso sorriso não comprará o retorno de minha infelicidade.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Nostalgia


Estou apenas recordando, vendo o passado como se o fizesse presente, e ao recordá-lo, desde o começo do dia, diga-se de passagem, conversei com um ex-conhecido sobre alguns fatos que passamos juntos e citei a seguinte frase: “Não que o passado tenha sido melhor, mas ainda assim sinto muita falta dele.” Tenho que admitir que essa frase não é minha, nem ao menos lembro se a citei de forma correta, apenas transmiti minha interpretação. E ao citá-la cheguei a uma conclusão que admirou até a mim mesma, sempre desejamos, ao lembrar de situações boas e que não voltam mais, possuir o poder de voltar no tempo, mas sempre esquecemos que até nos melhores anos de nossas vidas existiram momentos ruins, e é por isso que, quando resolvo retirar os pés do chão em alguns raros segundos de um dia qualquer, não sonho em voltar no tempo, sonho em simplesmente construir um novo mundo juntando os momentos felizes que já possuí. Apesar de saber que tudo que desejei não irá se realizar me sinto mais leve, o peso que se encontrava em meus ombros apenas retorna quando olho ao redor e vejo que o castelo de sonhos de uma jovem tola existiu, mas apenas em seus sonhos.

domingo, 27 de março de 2011

Dúvidas


Odeio viver assim, numa vida cercada de dúvidas, gostaria que, ao menos uma vez, possuísse certeza em algo verdadeiramente importante para mim. Bom, sinceramente, acabei de vomitar as palavras que me perturbavam, geralmente costumo encaixar alguns sentimentos confusos e que também se adequariam à situação aqui descrita, muito mais para embelezar o texto do que para um alívio pessoal ao exprimir o que estou pensamento no exato momento da escrita. Mas hoje não, deixe esse texto falar por si mesmo, quem admirá-lo, que bom, que odiá-lo, faça bom proveito de seu ódio, hoje me encontro em um dia em que a opinião do leitor não me influencia muito, me sinto melhor ao saber que escrevi apenas o que me perturba do que saber que agradei a muitos com alguns sentimentos que já não me confundem mais, fico feliz em saber que hoje escrevo apenas com o que sou, mostrando o quão imperfeita e rude posso ser.

sexta-feira, 25 de março de 2011

O funeral

Em um velório, me encontro em um velório cujo morto já se encontra em estado de putrefação. Lutei para que a morte não se fizesse presente, admito que, por irresponsabilidade minha, ocorreram alguns acidentes que comprometeram de maneira significativa a saúde do aqui velado, mas tratei de suas feridas e quando já estava restabelecido cometeu suicídio. Pergunto-me o porquê de ainda esperar que ressuscite, olho pra este corpo como se ainda existisse uma esperança de vida, mas agora já cansei de esperar, enterrarei de uma vez por todas o que um dia me pareceu lindo, especial, vivo. O cheiro de tudo isso já não me é agradável. Minha querida, não adianta mais, com um simples gesto a lápide foi formada, e agora tenho o corpo em minhas mãos esperando apenas coragem para jogá-lo nessa terra fria.

domingo, 20 de março de 2011

O pequeno prédio morto

De uns tempos pra cá o passado vem se fazendo muito presente em minha vida. Ontem percorri caminhos familiares, a cada encostar de meus pés no chão sentia que o vento introduzia lembranças tão fortes que até me pareciam reais, lembranças que evitei por muito tempo. Respirei fundo, ergui a cabeça e segui em frente, tentei evitar, mas, ao atravessar a rua e encarar o mesmo local de quase um ano atrás meu corpo quase se desfez em pedaços. Tentei disfarçar, mas foi impossível, não havia como negar que algo marcante aconteceu naquele lugar, meus olhos demonstravam aquilo como se fossem uma minúscula TV. Toquei, suavemente com a ponta de meus dedos, a gigante grade azul daquele pequeno prédio que agora estava morto, a cada toque, com o fechar de meus olhos, passava-me um flashback, escutava, com perfeição, aquela voz, que me dizia coisas que já havia feito questão de esquecer, observava seu rosto com uma clareza quase inexplicável, e ao abrir meus olhos vi novamente apenas a gigante grade azul de um pequeno prédio morto.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Troféu do perdão

Dedico horas dos meus dias à tentativa de compreender o ser humano, mas não chego a nenhum resultado convincente. Hoje recebi uma mensagem, alguém me dizia que sente saudades, que ainda me ama, e muito. Pedia, também, desculpas por uma das muitas atitudes desprezíveis que já tomou em relação a uma das pessoas que mais a ama. Apenas não consigo entender que forma de amor tão mesquinho é esse, como se explica uma saudade que pode ser saciada apenas com um olhar, apenas com um simples olhar que até hoje me parece poder ser comparado ao de um nobre que reconhece um e seus empregados, mas que o despreza pelo simples fato de ser quem é. Para lhe ser sincera não consigo negar um pedido de desculpas, sedo com facilidade e entrego à pessoa o seu tão desejado troféu do perdão, o que não significa que esqueci o que esse alguém me fez. Posso até estar sendo dramática ao utilizar-me de tantas palavras banhadas em mágoa, mas se quem me machucou descobrisse um terço do que sinto sentir-se-ia a pior pessoa do planeta. Bom, também não posso negar que apesar de todas as palavras vomitadas com tamanha revolta nesse texto espero que tudo volte a ser como era, e o nobre olhe para seu empregado como sempre deveria olhar, como um de seus maiores e verdadeiros amigos.

sábado, 12 de março de 2011

Lembranças


Lembranças, ótimas lembranças, são elas que ainda me fazem ser boa parte do que já fui. Quando manchas nebulosas tentam nublar minha visão fazendo com que minhas ações tornem-se, juntamente com elas, negras e nebulosas, tais recordações agem como um colírio me fazendo enxergar as cores que ainda existem no caminho à frente.

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher


Esta rosa é dedicada a todas as mulheres do planeta,
em especial para as seguidoras do meu blog
Erlani Regina
Beijos para todas vocês!


Bom, não costumo postar mais de um texto em apenas um dia, mas hoje é um dia especial e tenho que abrir uma exceção. Em 1977 o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas e desde então temos que comemorar esse dia com bastante entusiasmo, já que não é de hoje que vemos exemplos de que a mulher merece um dia só para si.
Parabéns para mim! \o/
Parabéns para todas nós, mulheres!

Manhã de terça


Ah, não é o fim do mundo, existe tanta coisa linda para se comemorar no dia de hoje, um infeliz acontecimento de mais de uma década não vai estragar a beleza de uma manhã de terça. (Risos) E ao pensar que há meses atrás poderia comemorar essa data como se fosse o motivo de uma vida. Como as coisas mudam, e eu continuo a mesma tola de sempre...

segunda-feira, 7 de março de 2011

O nome

O mesmo nome escrito milhões de vezes na folha de um caderno. O mesmo nome apagado milhões de vezes da folha de um caderno. O mesmo nome manchado milhões de vezes por sujas mentiras para acobertar a verdade que machuca. O mesmo nome bendito milhões de vezes ocultamente para evitar o esquecimento. E nesse paradoxo diário amo o mesmo nome milhões de vezes e torno a odiá-lo milhões de vezes, num mesmo espaço de tempo, para ver qual sentimento melhor se adéqua como sobrenome de um nome tão amavelmente odiado.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Descontrole

Tento esquecer fatos inesquecíveis para não corromper atitudes já corrompíveis e sobreviver ao inferno contido no descontrole de meus pensamentos.